"Ele é o único que me faz acreditar nas suas palavras. Quando ele diz que me ama, não precisa sequer fazer alguma coisa – eu sei que é verdade. Mas se não precisa fazer algo agora, é porque já fez antes. Mover-o-mundo-por-alguém, sabem o que é? Foi o que ele fez. Ele moveu o mundo por mim. Eu movi o mundo por ele, também. Nós ajudamo-nos um ao outro a mover o mundo, mas nunca nada chega, e então nem o mundo fora do lugar nos coube. Ele foi embora, e eu fiquei. Eu esperei, esperei, esperei. E ele nunca chegava. Eu fui embora, para outro lugar, e ele apareceu. Lutou. Moveu o mundo de novo, sozinho. Colocou-o no lugar certo. E agora diz que me ama. Eu acredito. Sei que é verdade. Quando ele me olha e diz que eu fui e continuo a ser a única, eu quase me derreto. Mas não posso! Estou bem assim. Estou feliz. E ele diz que depois de algumas pessoas, só eu o preencho. E eu, por momentos, quero abraçá-lo, e dizer-lhe que já não o amo, mas que gosto muito, muito, muito dele. Mas acabo por dizer: tu tinhas-me nas mãos e fizeste tudo errado. Ele olha-me com olhos tristes, e encolhe os ombros, sabendo que eu tenho razão."